domingo, 24 de abril de 2011

Lembranças

        Por mais que a felicidade permaneça em meu ser, as lembranças batem à porta e pedem um lugar na sala de estar. Indefinido é o tempo de sua permanência. Mas pode ser uma visita agradavável ou infeliz. Já não sei das quais gosto mais: daquelas boas que quase nunca aparecem, ou das desgraçadas, que me retomam um tempo bom, mas que acabou ou de algo inacabado.
        Saber do meu futuro, só Deus. Confio no que Ele tem para mim, mas a agonia de não saber do que pode vir, me traz um peso, uma suave depressão.
        Eu não quero me ver caindo em abismos ou até buracos. As lembranças das minhas péssimas ações de querer fazer o certo por coisas erradas já me atormentam demais. Somado a isso, me lembrar de que o certo não era o certo para mim, mas o que achava que era certo porque a razão mandava e calava meu coração.
        Lembranças, que vão e vem, mas que nunca deixar de voltar.

Mel

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Das antigas

        Eu não durmo pensando na festa da semana seguinte. Não penso em como sair e fazer loucuras por ter tido uma desilusão amorosa. Eu escrevo. Gosto de quase todos os tipos de música. Mas as que mais me emocionam são as clássicas que apenas possuem um toque do piano. Gosto de cartas e não de chocolates. Sou das antigas. Aquelas que quando alguém a paquera nem dá bola se as intenções forem as de um garotão e não fico pensando se estou abalando com minhas roupas curtíssimas. Gosto de dançar a dois. Com o rosto colado. Gosto da leveza e do romantismo. Gosto de mãos dadas e de um olhar. Desgosto do comportamento de uma micareta, e o de arranjar alguém para outro alguém. As coisas por acaso são as mais envolventes. A palavra amor significa algo muito forte para ser dita de forma impulsiva. Gosto de ouvir. Se falar, que poucas palavras bem ditas não precisem de um discurso maior. É o conteúdo a preferência.
        A cortesia, o cavalheirismo que me chamam a atenção, não um jogo de amor. A sutil conquista me fascina.  A arte me impressiona. Seja ela música, arquitetura ou, principalmente, pinturas.
       Posso dizer que esse mundo é muito desconhecido e que é quase particulamente meu. Mas que acabo entrando num molde para os novos costumes. Esses valores parecem ter ficado num livro de conto de fadas.
 

Mel

domingo, 3 de abril de 2011

O presente precioso

        Pego as velharias das caixas aqui no meu quarto, querendo arrumar tudo num lugar novo, organizando...É que meu armário novo chegou. Mas tudo deve ser revisto antes de jogar fora alguma coisa. Não me contive e tive que observar algumas coisas.
        Quanta coisa deixei pra trás. Quanta coisa eu quis deixar para trás. Essas decisões pareciam ser as melhores e agora as lembranças me entristecem. Não tinha ninguém para me dizer que aquilo era o melhor, se era o certo. Eu fiquei com a razão, mas nem sempre o racional traduz sabedoria. Negar, fugir...Foram as única saídas que encontrei. E ainda hoje tenho rastros de que as vejo como a melhor solução. O que me faz cair num precipício de lamentação. E eu me deixo cair, me deixo cair.
        Não sei se cheguei aqui com mais conhecimento. Se cheguei mais forte e sofrendo menos. Nada é tão verdade. Tudo parece utópico. E eu vivo num mundo da ironia, querendo aprender com o passado para viver melhor o futuro, o que me parece bem uma definição de História. Mas não a minha. Eu entrelaço esses dois mundos e os vivo de uma só vez. O desejo de querer voltar onde tudo pareceu ser um começo e agonia de querer sair logo desse tempo e ir direto para uma coisa nova lá na frente. O que me faz perder o presente. O presente precioso.

 

Mel