quarta-feira, 28 de julho de 2010

Fim

E eu fui. Sim, sim. Tomei coragem. Dexei o medo de andar sozinha por essas ruas escuras em segundo plano. E fui.

Cheguei e ele estava sentado naquela bancada que indicava o lugar do ponteiro. Lindo. E cheiroso. Veio me dando um abraço e com aquele seu jeito meio desastrado, amistoso e pergutou: “Quer sentar ali ou..”. E ficamos naquele vazio só fazendo braulhos como:” Ah”..”É…”"..”Sei lá”…Com risos, um pouco envergonhados.

Sentados no banquinho, eu ficava sem muito o que dizer. O meu pequeno discursinho pronto, montado na minha cabeça, se esvaiu na hora. Era só eu e ele ali. E o que dizer? Comecer falando que era bobo o que eu ia falar, mas que eu precisava, mas de um jeito ‘choroso’ vamos dizer. Posso até pensar que ele ficou meio assustado. Mas não tinha como saber, eu não estava olhando em seus olhos. E falei: “Desculpa”. Foi o que saiu. No meio da conversa descobri que ele não ficou bravo. Mas também não ficaram felizes. Esperavam curtir mais o dia. Mas que eu não precisava ficar assim. E fui explicando o por quê da nossa saída. Consegui me soltar um pouco. Não totalmente. Nós dois ali sozinha me lembrava muita coisa.

Para quebrar um pouco daquilo, perguntei o que eles tinham feito mais naquela noite. Enquanto ele falava, eu só queria olhar pra ele. Mas não conseguia, seria um passo para ver que por muito tempo eu não veria aquele rosto. Mas eu ouvia ele falando daquele jeitinho dele, engraçado…Algumas vezes que eu o bisbilhotava, notava suas caras, gestos… E assunto foi continuando. E eu ficando mais tranquila.

Mas nossa conversa é quebrada por um telefonema. Ele iria sair com os amigos. Vi na hora que não estava incluída. Isso não me chateou, eu só queria saber dele ali comigo, naquele momento. Ele me falou que mesmo ele não tendo ficado chateado com o acontecido, ele gostou muito que eu fui lá. E pra mim essa foi a melhor parte. Mas eu vi que era hora de eu ir embora. Enquanto a gente andava, eu falei: “Mas isso não era o importante. Quer dizer, não importante, mas o principal.” E ele retrucou: “E o que é principal, então?”. Ficamos num minuto de silêncio.  Olhei para baixo e disse: “Não…É que… Vou ficar com saudade”. E se eu não me lembre, estávamos dando mais um abraço. Eu não sei. Eu estava nervosa, e muito nervosa. Só me lembro que falei: “E que você foi um grande amigo nesse breve momento que a gente se conheceu”. E ele: “Você também. Foi muito bom te conhecer”. Mas essa parte foi ridícula. Me deu vontade de voltar lá e refazer. Mas eu já tinha passado do portão e começara a andar.

Então ele veio e gritou meu nome. Sim, eu fui atendida. Eu me viro e ele vem correndo até mim e encosta seu corpo ao meu, e me olha com seus olhos bem perto dos meus. Mas ai eu me lembro que eu não estava participando de um filme romântico. Eu só estava andando sozinha pela rua, cabisbaixa, pensando num final feliz.

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